PRELÚDIO ÀS 7 TAÇAS. A Bela. A Fera 666. O Dragão / 7 TAÇAS DA IRA DIVINA. Armagedom

As visões que tive a partir desse momento me causaram muita admiração, tanto por suas figuras como pelo contraste. A primeira aconteceu sobre a terra, enquanto a última se desenrolou no Céu.
     Uma mulher descia do espaço tendo o sol como vestido, a lua debaixo dos pés e uma coroa de doze estrelas sobre a cabeça. Estava grávida e sentia já as dores do parto.
     De outro lado descia também um grande dragão vermelho, tendo sete cabeças e dez chifres e sobre as sete cabeças trazia sete coroas, sinal de muita força e vitórias.
     O dragão monstro aguardava o nascimento daquela criança para devorá-la com toda a fúria. Apesar de muitas vitórias temporárias, foi derrotado, como havia sido expulso do Céu com seus anjos há muitos e muitos anos.
     A Mulher, descendência de Abraão, foi amparada por Deus no deserto, como Maria sob os cuidados carinhosos de José, que a livrou, em sua divinal gravidez, de uma horrível pena de morte. Eu me lembro daquela terrível invasão de Tito em 70, conforme o Cordeiro nos havia avisado. Como essa mulher foi miraculosamente amparada em Decápolis!
     O Filho, a igreja do Novo Testamento, esmagada pelo império do mal, agora segue triunfante, no Céu e na terra, reinando com o Cordeiro de Deus, que retornou ao Pai, o mesmo que escapou da fúria de Herodes ao matar os infantes de Belém.
     A furiosa serpente prossegue através dos anos tentando derrotar o resto da semente da esplendorosa mulher. Mas eu vi a derrota final dessa velha serpente enganadora nessa batalha milenar. Tanto que ouvi o grande coro celeste, também antecipando mais este cântico de vitória,
     Agora, chegada está a salvação, a força e o reino do nosso Deus, e o poder do seu Ungido. Porque o acusador de nossos irmãos está derrubado... Eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho. E essa vitória lhes custou a própria vida!...
     Foi então que me pus sobre a areia do mar e vi subindo dali uma besta que tinha também sete cabaças e dez chifres, cada chifre com sua coroa... Era semelhante ao leopardo. Os pés como de urso. A boca parecia de leão. Recebeu sua autoridade, poder e trono das mãos do dragão. Seu poder era grande, tanto que havia subido do mar.
     Notei que uma das cabeças da besta mostrava uma cicatriz, o que provava que seu império maligno já havia operado em outra época da história humana. Podia ser um novo Nero, Domiciano, que me colocou na prisão, ou mesmo o próprio império mundial restaurado nos dias da volta do Cordeiro.
     Vi também que a besta realizava grandes feitos, causando admiração a muitas pessoas que a adoravam como Deus, dizendo,
     Quem é semelhante à besta? Quem poderá batalhar contra ela?...
     Curioso é que todas as pessoas que adoravam a besta não tinham seus nomes escritos no livro da vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo. Desde a fundação do mundo, porque o Cordeiro sempre sofreu antecipadamente o horror e castigo dos nossos pecados.
     Nesta minha nova visão, vi outra besta subindo da terra, o que significava que estava subordinada à primeira, que havia subido do mar. Tinha dois chifres semelhantes aos chifres de um cordeiro, o que me mostrava que era ele um falso profeta, tanto assim que sempre imitava a besta chefe e induzia as pessoas a prestar culto a sua senhora. Seu apoio no massacre dos verdadeiros cristãos era total e irrestrito. Conseguiu que todos os seguidores de sua senhora recebessem o número dela na mão, para que pudessem comprar e vender seus alimentos e bens.
     O nome da besta não poderia ser outro que não 666. Digo isto porque em minha nação o número seis é usado para simbolizar tudo o que é incompleto ou mesmo perverso, maligno e se opõe a Deus. E esse homem representa a iniqüidade no seu grau mais elevado sobre a terra. Daí, seu nome, 666.

     Agora, voltando ao maravilhoso ambiente celeste, vi o Cordeiro sobre o monte Sião, a Cidade eterna, e pude ver outra vez aqueles 144000, ou seja, a multidão de mártires cristãos. Cantavam com os harpistas um cântico novo, que só eles podiam cantar, uma vez que sua música se inspirava na própria experiência de quem se deixou sacrificar por amar e não negou o Cordeiro de Deus.
     De repente, vi outro anjo voando pelo espaço. Trazia o Evangelho eterno que devia continuar a ser proclamado sobre a terra. Esse anjo, dizia com voz muito forte,
     Temei a Deus e dai-lhe glória porque chegou a hora do seu juízo. Adorai aquele que fez o céu, a terra, o mar e as fontes das águas.
     Outro anjo surgiu, antecipando-se à queda do império do mal, com estas palavras,
     Caiu, caiu Babilônia, aquela grande cidade que embriagou a todas as nações com o vinho forte da sua imoralidade!
     Um terceiro anjo seguiu o segundo, dizendo,
     Aqueles que adorarem a besta e a sua imagem e receberem o seu sinal na testa ou na mão, beberão do vinho de Deus, o vinho da sua ira, que ele derramou puro na taça do seu furor. Eles serão atormentados no fogo e no enxofre diante dos santos anjos e diante do Cordeiro!...
     Então ouvi uma voz vinda do Céu me ordenando, Escreve.
     Felizes as pessoas que desde agora morrem no Senhor! Sim, diz o Espírito Santo, porque elas descansarão de seus duros trabalhos e suas obras seguirão com eles para sempre!

     Finalmente, tive uma visão antecipada do Juízo. Vi uma nuvem branca e sobre ela alguém que parecia ser um ser humano, tendo uma coroa de ouro na cabeça e uma foice na mão. Um anjo trazia do templo a ordem divina,
     A terra está pronta. Lança a tua foice. Chegou a hora da colheita. E o Filho do Homem lançou sua foice sobre a terra e fez a colheita.
     Um segundo anjo saiu do templo celeste com uma foice afiada na mão.
     Um terceiro anjo que acabava de sair do altar divino, falou para aquele que tinha a foice afiada,
     Lança a tua foice afiada e colhe os cachos da vinha da terra porque as suas uvas já estão maduras.
     O companheiro obedeceu prontamente a ordem e passou sua foice sobre a terra, cortando os cachos de uvas da videira e os lançou no tanque da grande ira de Deus, que fica fora da Cidade, onde as uvas foram pisadas, formando um rio de sangue de trezentos quilômetros de comprimento por um metro e meio de fundura.
     Mas não se espantem com essas medidas. A justiça divina é tão abrangente como um campo de batalha de muitos quilômetros. Tão completa como um rio da altura do focinho dos cavalos de batalha.
     O sangue do Cordeiro foi derramado para redimir as pessoas de boa vontade. Nessa cena, eu vi o suco das uvas se transformando em grande rio de sangue fora da Cidade, onde ficarão aqueles que derramaram sangue inocente dos verdadeiros cristãos e também aqueles que não permitiram ao Cordeiro escrever seus nomes no livro da vida.

7 TAÇAS DA IRA DIVINA. Armagedom
     Vi 7 anjos no Céu segurando as 7 últimas pragas da ira divina.
     Vi também, pela segunda vez, um mar de vidro misturado com fogo, diante do qual estavam todos aqueles que subiram da terra, vitoriosos contra a besta... A presença daquele mar indicava que ainda não tinham sido vestidos pela ressurreição. Todos seguravam suas harpas e cantavam o cântico de Moises, ou seja, o cântico dos dez mandamentos, e o cântico do Cordeiro, isto é, o cântico do Evangelho da Graça.
O cântico que entoavam era este,
     Grandes e maravilhosas são tuas obras, Senhor, Deus Todopoderoso! Justos e verdadeiros são teus caminhos, ó Rei das nações! Quem não te temerá, ó Senhor, e não magnificará o teu nome? Porque só tu és santo. Por isso, todas as nações virão e te adorarão, porque os teus juízos são revelados.
     Depois disso, o templo da presença de Deus se abriu no Céu. Foi aí que aqueles 7 anjos saíram dali vestidos em trajes de linho resplandecente da pureza e cintos de ouro da justiça em seus peitos.
     Nesse momento, um daqueles quatro arcanjos entregou aos 7 anjos as 7 taças cheias da ira do Deus eterno.
     O templo se encheu da fumaça da gloria divina, de modo que ninguém podia entrar até que se completassem as 7 pragas dos 7 anjos.
     De dentro do templo saiu uma forte voz ordenando,
     Ide e derramai sobre a terra as 7 taças da ira de Deus.
     O primeiro anjo derramou sua taça sobre a terra e causou uma chaga maligna nas pessoas que adoravam a besta e sua imagem.
     O segundo anjo derramou sua taça sobre o mar e morreram todos os seres vivos do mar.
     O terceiro anjo derramou sua taça sobre os rios e lagos e se transformaram em sangue...
     O quarto anjo derramou sua taça sobre o sol e este abrasou as pessoas com fogo.
     Nem assim elas se arrependeram para dar glórias a Deus e ainda blasfemaram...
     O quinto anjo derramou sua taça sobre o trono da besta. Seus ocupantes mordiam as línguas de dor. Também blasfemaram e não se arrependeram.
O sexto anjo derramou sua taça sobre o rio Eufrates. Suas águas se secaram, preparando lugar para a passagem dos reis do oriente próximo, aqueles que ajudaram a esmagar o império que esmagava os meus irmãos.
     Da boca do dragão, o diabo, da besta, o imperador, e do falso profeta, seu assistente, eu vi saindo três espíritos imundos que tinham forma de rãs...
     Esses três comparsas estão prestes à derrota, mas um dia vão ressurgir e convencer os governos da terra para que reassumam o combate aos filhos de Deus e a tudo quanto pertence à causa da justiça.
     Chamei o lugar do combate de Armagedom, planalto do megido, palco de grandes batalhas no passado, mostrando que se tratava de um confronto definitivo contra o império tirano, hoje eu sei, no final do século III, vencido pela fraqueza do poder, invasão dos inimigos, catástrofes naturais e conquistas do Evangelho eterno.